Então, Dr Evangelista eu que estou em pleno tratamento para engravidar não deveria fazer sauna? Isso meu amigo. E se tiver febre deverei imediatamente avisar meu médico e quem sabe até momentaneamente interromper o processo? Acertou…de novo.
Para trabalhar corretamente os testículos deve estar em uma temperatura abaixo da nossa temperatura interna. O paciente com varicocele concentra uma maior quantidade de sangue nos testículos, o que levam ao aumento da temperatura da região e podem causar alterações significativas nos parâmetros seminais (ou seja, no número, na motilidade ou na forma dos espermatozóides). Nos casos mais graves, pode ocorrer uma diminuição do crescimento testicular.
Meus amigos, nem todos os homens com varicocele terão problemas para gerar filhos. É uma doença presente em 15% da população geral (adultos e adolescentes). No entanto, quando olhamos somente para os homens com infertilidade esse índice sobe para 35%. É muito significativo! Por isso, não podemos desprezar a presença da varicocele. É preciso investigar, pois há casos em que somente através do ultrassom podemos detectá-la.
Uma vez diagnosticada essa doença, é fundamental a realização de um espermograma, em um laboratório que analise todos os aspectos seminais, para relacioná-la ou não com a infertilidade conjugal. Além dos impactos do aumento da temperatura, a má circulação causada pela varicocele pode implicar no aumento da presença de radicais livres, muito tóxicos para o sêmen.
Acredita-se que a varicocele tenha um componente genético. Por isso, se há casos conhecidos em sua família..fique atento. Também é uma doença com maior incidência nos brancos. Por questões anatômicas, é mais comum sua presença no testículo esquerdo, sendo também identificada bilateralmente. O paciente nota as veias dilatadas no seu saco escrotal, que aumentam de calibre com o esforço físico. Em alguns casos, ele sente desconforto ou dor no lado afetado.
Não há como prevenir a varicocele, mas calças muito justas e tecidos pesados ajudam a agravar o problema. Em geral, o paciente começa a apresentar as varizes na adolescência, mas só procura o médico quando manifesta a doença em casos graves ou quando se depara com a infertilidade. É uma questão que precisamos mudar: como orientamos nossas filhas a irem ao ginecologista preventivamente, também devemos orientar os nossos filhos a irem ao urologista já na adolescência.
Existe controvérsia a respeito o seu tratamento da varicocele. A Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva indica o tratamento cirúrgico apenas para o paciente infértil com varicocele clínica, cujo espermograma esteja alterado em um dos três parâmetros: número, motilidade ou morfologia do espermatozóide. A varicocele subclínica – aquela visível apenas no ultra-som – não deve ser operada. Nos casos de homens inférteis operados, em torno de 50% a 60% temos melhora seminal.
Quando me deparo com um casal infértil cujo homem seja portador de varicocele, analiso outros aspectos antes de optar pelo tratamento: há outras doenças envolvidas? Qual a idade da mulher? Qual o histórico desse casal diante da infertilidade? Já realizaram algum tratamento? É preciso considerar sempre o casal. Não podemos olhar só para homem ou só para a mulher. Todos os pontos precisam ser levados em consideração. Bom senso, é este o segredo se uma boa e adequada conduta.
Nos casos em que a paciente não tem mais tempo para esperar (já está quase com 35 anos e nenhum filho) ou tem outra doença envolvida, relacionada ao fator feminino como os distúrbios de ovulação ou obstrução das trompas, por exemplo, o melhor tratamento é a ICSI. Os resultados da são expressos com índice de gestação de 60 a 65%. Por fim, terminar por aqui esperando sempre levar para vocês uma informação de qualidade e que possa ajuda los nesta longa caminhada. Boa sorte a todos!