Como é o processo de reprodução para casais sorodiscordantes?

A AIDS não tem cura e a hepatite B, principalmente em bebês, tem grande chance de cronificação e de evoluir de forma desfavorável. Já a hepatite C, embora não seja transmitida por via sexual, pode ser passada da mãe para o bebê.

A reprodução assistida utiliza técnicas modernas para ajudar casais a terem filhos. Nesse contexto, ela não é útil somente para homens e mulheres com problemas de fertilidade, mas também para o casal sorodiscordante.

Esse termo é usado para casais em que ambos ou um parceiro é portador do vírus HIV ou da hepatite B ou C. É importante optar por um processo seguro para engravidar nesses casos porque existe risco de mãe, pai ou bebê se infectarem durante a concepção e a gravidez.

A AIDS não tem cura e a hepatite B, principalmente em bebês, tem grande chance de cronificação e de evoluir de forma desfavorável. Já a hepatite C, embora não seja transmitida por via sexual, pode ser passada da mãe para o bebê.

A reprodução sem riscos nesses casos pode ser feita por meio de algumas técnicas da reprodução assistida e de tratamentos. Apresentamos neste post quais são elas e como são feitas. Confira!

Terapia antirretroviral

A terapia antirretroviral é o termo usado, basicamente, para descrever o conjunto de medicamentos usados para o tratamento de pacientes portadores do vírus HIV( sorodiscordantes). A ideia é utilizar fármacos que agem de diferentes formas. Alguns, por exemplo, impedem que o HIV entre nas células CD4 do sistema imune, seu principal alvo. Já outros impedem o vírus de fazer cópias e destroem enzimas do HIV.

Assim, mesmo que não seja possível eliminar a doença, o paciente fica com baixa carga viral, o que é fundamental para a reprodução sem riscos. Acredita-se que gestantes com carga viral alta tem cerca de 30% de chance de transmitir a doença para os seus filhos, enquanto aquelas com carga viral indetectável tem apenas 1% de chance.

É importante salientar que o esquema escolhido não pode fazer mal ao bebê ou a gestante. Nesse caso, existem terapias antirretrovirais específicas para a grávida.

Supressão viral persistente

A supressão viral é uma carga viral abaixo de 200 cópias do vírus por ml de sangue, o que é diferente de carga viral indetectável. No último caso, o sangue possui tão poucas cópias (menos de 40 por mL) que se torna irrelevante. Alguns especialistas acreditam, inclusive, que uma carga indetectável é intransmissível.

No entanto, mesmo que a carga seja detectável, as chances de transmissão, se as cópias estão abaixo de 200, é bem pequena. Isso é importante para o processo de reprodução. Esse nível deve ser persistente, ou seja, se manter por no mínimo 6 meses para que o casal possa tentar engravidar.

PrEP

O PrEP é uma estratégia de prevenção para as pessoas que não são portadoras de HIV não contraírem o vírus. Acredita-se que ele reduza cerca de 95% das chances de contrair o vírus em uma relação desprotegida. Isso porque a presença do remédio no sangue combate o HIV no momento em que ele entra no sangue.

Nesse caso, é indicado que 1 comprimido seja tomado por dia. Para relações vaginais é preciso esperar cerca de 20 dias de tratamento preventivo, visto que a proteção no sangue acontece após esse período.

Lavagem de esperma

Essa técnica pode ser usada para homens portadores de HIV que têm relações com mulheres soronegativas. Isso porque acredita-se que o vírus se encontra no líquido seminal, que pode ser centrifugado e ultrafiltrado para eliminá-lo.

Assim, os espermatozoides sadios podem ser usados em técnicas de reprodução assistida. Na FIV (Fertilização In Vitro), por exemplo, o óvulo será fecundado e depois transferido para o útero da mulher.

Entendeu como um casal sorodiscordante pode ter filhos? Para ter sucesso na eliminação dos riscos é fundamental ter o acompanhamento de um profissional especializado. Além disso, no caso da mulher soropositiva, prefere-se que o parto seja feito por cesárea e a amamentação não é indicada.

Quer se informar mais sobre o assunto? Então leia também o nosso post com dicas importantes para quem tem HIV e deseja ter filhos!

Revisado por Dr. Evangelista Torquato (CRM-CE 5688 | RQE 6858) e Dra Claudia Georgia (CRM-CE 7476 | RQE 3536)

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