Para realizar o sonho de ser mãe temos que ponderar alguns pontos. As taxas de fecundidade caem vertiginosamente após os 35 anos. A reprodução assistida acaba sendo a opção mais eficaz para conseguir realizar o sonho de ter filhos.
A administradora Luiza já não tem mais 20 e poucos anos, mas o sonho de ser mãe continua. Ela e o marido tentam há alguns anos receber a notícia da chegada do primeiro filho através da reprodução assistida. “Eu não vou desistir nunca. É um sonho que será realizado com a ajuda do médico, mas no tempo de Deus”, comenta.
A taxa de fecundidade da mulher é temporal. A cada ano que passa, o número de produção de óvulos cai vertiginosamente. O médico especialista em reprodução assistida, Evangelista Torquato, afirma que no quinto mês de gestação, o feto feminino chega a possuir sete milhões de óvulos. Ao nascer, a criança possui 2 milhões. Após a primeira menstruação, apresenta cerca de 400 mil. “A mulher perde de 600 a 800 óvulos todo o mês”, calcula.
Na linha decrescente da fecundidade, o pico para engravidar é entre os 20 e 24 anos de idade. São 25% de chances a cada mês. Aos 30 anos, são 20%. E quando ultrapassa os 40 anos, cai para apenas 5%. “Essa é uma consequência natural. As mulheres estão adiando mais para ter o primeiro filho e não percebem que a fertilidade diminui com o tempo”, diz.
Atualmente, existem três tipos de reprodução assistida. A indução da ovulação por coito programado; a indução da ovulação por inseminação intrauterina e a fertilização in vitro (FIV). Esta última se mostra mais eficaz. Após a indução da ovulação na mulher, são retirados os óvulos produzidos. A coleta é feita em sala cirúrgica, com sedação, através de um ultrassom transvaginal. O sêmen também é coletado e selecionado. Depois, é transferido o embrião para a paciente.
O médico Evangelista Torquato aponta um crescimento nos últimos cinco anos. Em 2005, foram 80 casos assistidos. No ano passado, pulou para 510. “As técnicas evoluíram muito e houve a massificação dos resultados. Hoje, o Ceará conta com importantes centros especializados que são referencia para o Brasil”, aponta.
Porém , não são todos que acabam tendo acesso a esse tipo de tratamento. Especialistas garantem que o número de assistidos poderia ser bem maior.
Custo elevado
As técnicas de reprodução assistida são caras e não estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) ou Convênios. A opção para quem deseja ter filho, mas possui problemas de infertilidade, é custear o tratamento na rede privada. Dependendo da técnica escolhida, o tratamento em reprodução assistida pode custar entre R$ 1.500 e R$ 12 mil.
Casais sem condições financeiras de custear o tratamento têm a opção de se associar ao programa Acesso, de iniciativa privada. É um programa de inclusão, não gratuito, que oferece descontos nos medicamentos e honorários médicos.
O paciente precisa preencher um formulário e ser aprovado, de acordo com os critérios sócio-econômicos estabelecidos pelo programa. A quantidade de produtos liberados para tratamento no Acesso é calculada de acordo com a média de produtos utilizados em um ciclo de reprodução.
(Viviane Gonçalves)
Fonte: Jornal O Povo