Na modernidade, ao mesmo tempo que a fertilidade humana tem configurado uma curva decrescente, mesmo no Brasil, o conhecimento científico tem realizado muitas conquistas em termos de técnicos nas áreas genéticas e de reprodução
Inseminação artificial e fertilização in vitro são duas das técnicas já bastante difundidas, com vários centros especializados e profissionais espalhados por todo o mundo. Fortaleza, por exemplo, conta com três deles, haja visto que a procura da mulher contemporânea por uma gravidez com todos os pormenores bem regulados para um índice maior de sucesso tem crescido significativamente nos últimos anos.
O ginecologista Tulius Ferreira de Freitas, especialista em reprodução assistida pela Universidade de Roma, diz que um casal sem problemas tem em média 20% de chances de conceber um bebê. Ao longo de um ano de tentativas, esse percentual sobe para 90%, número realmente animador para um par com verdadeiro anseio por deixar descendentes.
Já os casais em que aparecem algum tipo de complicação, a busca é muitas vezes penosa, em termos emocionais e mesmo financeiros. De qualquer modo, quando imaginam segurando o próprio rebento nos braços, todos os esforços parecem ser válidos, como se sucedeu na semana passada, com os pais de Vitória, a primeira criança nascida de proveta no Ceará, pela equipe do Bios Centro de Medicina Reprodutiva, em que fazem parte além do Dr. Tulius, os médicos Fábio Eugênio Rodrigue, Evangelista Torquato (estes em Fortaleza), Fábio Macedo, e o italiano Cesare Aregona, professor da Universidade de Roma (ambos, atuantes no Laboratório de Natal).
Dr. Fábio Eugênio Rodrigues lembra que a inseminação artificial é um método utilizado já de longa data. Contudo, a fertilização in vitro (o bebê de proveta), por falta de informação das pessoas, ainda cria muitos e muitos preconceitos.
A inseminação artificial, esclarece Dr. Evangelista Torquato, consiste em preparar a paciente com problemas de fertilidade com medicação, a fim de acelerar seu processo ovulatório, acompanhando passo a passo com ultrassonografia. Na época da ovulação, o homem do casal colhe seu sêmen, por meio da masturbação, e entrega aos médicos, que irão capacitar os espermatozoides, selecionando os melhores dentro de um cateter, para inseminá-lo no útero da mulher. O restante do processo se dá de forma natural, ou seja, a fecundação nas trompas e a implantação do ovo no útero da futura mãe.
EXAMES BÁSICOS – Um casal, após ter tentado por cerca de um ano conceber um filho já deve tentar avaliar com profissionais médicos o tipo de problema que possa estar ocorrendo. Os médicos costumam pedir exames básicos para identificar a dificuldade e sugerir o tratamento específico. Obstrução tubária, anovulação crônica, olegozoospermia (fator masculino) e endometriose são alguns dos fatores principais que impedem a fertilização.
Dr.Tulius Freitas revela que há trabalhos que indicam que os problemas de fertilidade costumam estar 30% com os homens, 30% com as mulheres, 30% multifatorial (em ambas as partes do casal) e 10% de esterilidade sem causa aparente. ‘‘Nos casos de inseminação, tentamos de 3 a 6 vezes em duas etapas. Caso a paciente não engravide, partimos para outro método mais eficaz, que é a fertilização in vitro.’’
A fertilização in vitro, como diz o próprio termo, ocorre externamente ao útero da mulher. Utiliza-se a mesma medicação ovulatório em doses mais elevadas associada a dosagem hormonal.