Novas Parcerias Internacionais – Dr. Evangelista Torquato

Recentemente, esteve em nossa clínica o Professor Joham Smitz, chefe do laboratório de Biologia Folicular da Universidade de Bruxelas, na Bélgica. Ficou impressionado com a nossa estrutura. Fez inúmeros elogios. Pontuou que em seu país não existe laboratório de Reprodução Humana como o nosso; ressaltando principalmente a preocupação que temos com o controle da qualidade do ar ambiental. Gostaria de fazer neste espaço um agradecimento público aos meus dois sócios, Dr. Fábio Eugênio Rodrigues e Dr. Marcus Bessa Paiva, que juntos tornaram a Femini uma realidade. Colocaram lá um pouco das suas vidas e o imenso amor que têm pela Reprodução Humana.

Por diversas vezes falei para eles que nós não tínhamos ideias do que havíamos construído. Agora, começamos a ter noção do que fizemos. São mudanças de conceitos, quebra de paradigmas e isto nem sempre é fácil de se fazer. Parabéns pra vocês e obrigado por tudo!

E quanto à parceria?

O Professor Simtz nos explicou que em seu país estrutura semelhante existe apenas em laboratórios que trabalham com células tronco ou transplantes de tecidos germinativos. Propôs para nós iniciarmos uma linha de pesquisa na área de transplantes de tecido ovariano em pacientes com câncer. Tais pacientes antes de ser submetidas à quimioterapia teriam fragmentos do tecido ovariano congelado e após a alta do tratamento oncológico faria uma transplante deste tecido para que seja restituída a oportunidade dela exercer a sua maternidade. Ficamos de implementar imediatamente um protocolo científico para esta terapêutica, e desde já progamamos para breve uma visita ao seu serviço na Bélgica, no intuito de oferecer possibilidade real de tratamento para este grupo de pacientes com doenças neoplásicas.

Particularidades da Bélgica em relação à Reprodução Humana

Particularmente, me impressionou o número de ciclos de tratamento de fertilização “in vitro” que se faz em seu serviço: 3500 ciclos ao ano. Existem mais dois outros serviços em toda a Bélgica, portanto, três no total. Ao todo são realizados 15.000 ciclos por ano para uma população de 10 milhões de habitantes. O governo paga seis ciclos de tratamento incluindo até os medicamentos, mas exige que se transfira apenas um embrião. Desta forma não teria gravidezes duplas ou triplas. Deixou claro, no entanto, que as taxas de sucesso caem um pouco com esta nova política.

Uma breve e recente história de transplantes entre irmãs

Outro grande nome da Reprodução Belga é o Prof. Jacques Donez, da Universidade de Louvain. Ele reportou agora em agosto o primeiro transplante de tecido ovariano entre irmãs não idênticas. Em 1990, com apenas 20 anos, Teresa Álvaro, por ser portadora de talassemia, teve que fazer radioterapia e quimioterapia para depois receber um transplante de medúla óssea de sua irmã. Passaram-se 15 anos e aos 35, Teresa teve a maternidade despertada. Procurou o Prof. Jacques Donnez. Este retirou parte do tecido ovariano de sua irmã e nela transplantou. Passados 6 meses, Tesesa começou a menstruar regularmente. Uma vitória para quem estava na menopausa. Fez uma fertilização “in vitro” e implantou dois embriões, mas não engravidou desta vez. Com certeza, tentará novamente e seguramente irá engravidar. É mais um paradigma sendo quebrado. Prof. Jacques Donnez e Prof. Smitz trabalharam juntos neste projeto.

Estou em dívida com meus leitores

Iniciei na coluna passada a abordagem para os pacientes portadores de fragmentação do DNA espermático e prometi que nesta semana abordaria as novas técnicas na parte de tratamento. Desculpem-me! Não o fiz pela relevância da visita acima citada. De uma ou outra forma estou com esta dívida. Da próxima semana não passa. Até lá!

“Como a ansiedade está relacionada com a espera, a dica para vencê-la é
não deixar a mente fugir para o amanhã, e sim viver o momento presente.
Assim, o futuro da mamãe e do bebê será melhor”.

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