Além de atrasos ou falta de menstruação, mulheres portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) também têm riscos aumentados de sofrer um aborto espontâneo nos três primeiros meses de gestação, além da possibilidade de sofrer com obesidade e doenças cardiovasculares. Segundo o especialista em reprodução humana, Evangelista Torquato, é necessário procurar um médico se o ciclo menstrual permanecer irregular depois de dois anos da primeira menstruação e, nas mulheres de mais idade, se a menstruação atrasar mais de três meses.
A presença de cistos nem sempre é sinal de SOP, exceto quando se apresentam os sintomas citados. “Como a mulher deixa de ovular continuamente, ela tem mais dificuldade para engravidar. Quando consegue formar esse óvulo, ele geralmente é de baixa qualidade e o embrião que se formará tem menos chances de ser implantado no útero”, afirma o médico. Se os níveis elevados de insulina no sangue não forem controlados, a mulher pode desenvolver diabetes, colesterol alto e doenças cardiovasculares. Além disso, a exposição crônica a andrógenos e estrógenos pode aumentar o risco futuro para câncer no endométrio.
O tratamento pode ser realizado com anticoncepcionais (quando a gravidez não é desejada), drogas que diminuem os níveis de insulina e os antiandrogênicos. Para as mulheres que desejam gravidez, é recomendada a indução de ovulação. Dentre os problemas que podem acompanhar a síndrome dos ovários policísticos, estão as alterações de humor e até mesmo a depressão. “O aumento de peso e de pêlos podem prejudicar a auto-estima e comprometer o convívio social. Num estado de ansiedade, a mulher pode comer ainda mais, gerando um ciclo vicioso, comentam os médicos”, destaca o especialista.