Muito já se ouviu falar na Síndrome do Ovário Policístico (ou SOP) e cerca de 6 a 10% das pacientes têm esse diagnóstico, que é a anormalidade endócrina mais comum nas mulheres em idade reprodutiva.
Nesta publicação, vamos esclarecer o que é a Síndrome do Ovário Policístico e como isso pode afetar as chances de uma gravidez. Também vamos mostrar algumas soluções que podem levar à realização do sonho da maternidade. Acompanhe-nos!
Síndrome do Ovário Policístico (SOP)
Todo mês formam-se cistos no ovário e cada um deles guarda um óvulo, no entanto, apenas um cresce para amadurecer esse óvulo. Isso estimula os outros cistos a diminuírem e desaparecerem. No final desse processo, o cisto dominante (também chamado de folículo) rompe e liberta o óvulo maduro para uma possível fecundação. Isso é o que acontece normalmente.
Nas mulheres que têm SOP, vários cistos se formam, mas nenhum se desenvolve até a maturação do óvulo. Assim, não ocorre a ovulação e eles tornam-se permanentes.
As causas da SOP não estão claras. Acredita-se que múltiplos fatores contribuem para gerá-la. Apesar de ser mais frequênte em pacientes cuja mãe ou irmãs também apresentem SOP, ainda é incerto que seja hereditária.
Seus sintomas estão relacionados à uma alteração hormonal que causa um desbalanço endocrinológico, como a resistência à insulina e a alta concentração de hormônio andrógeno presente nessas pacientes. Veja os principais:
- hiperandrogenia (aumento dos níveis de andrógenos circulantes);
- ciclo menstrual irregular com intervalos de 2 a 3 meses entre as menstruações;
- hirsutismo (crescimento excessivo de pelos);
- ovários policísticos.
Diagnóstico da Síndrome do Ovário Policístico
As primeiras menstruações costumam ser irregulares, mas se dois anos após a menarca o ciclo menstrual não regularizou, é hora de procurar um médico. É importante excluir outras causas do aumento de androgénos e presença de outras doenças antes de fechar um diagnóstico de SOP.
Além de observar o histórico de menstruações da paciente e do exame clínico para avaliar os sinais de hiperandrogenia, o diagnóstico deve ser confirmado por meio de exames como o ultrassom transvaginal, a avaliação hormonal e a avaliação metabólica.
O médico também pode observar nessas pacientes, apesar de não serem essenciais para o diagnóstico da doença, outros sinais como:
- acne;
- excesso de oleosidade no cabelo;
- obesidade;
- resistência à insulina / hiperinsulinemia.
Pacientes com SOP devem ser alertadas a manter um estilo de vida saudável, pois para elas há um aumento do risco de doenças cardiovasculares e do desenvolvimento de diabetes, principalmente a partir da quarta década da vida. Uma alimentação equilibrada, orientada por um nutricionista, e a prática regular de atividades físicas são fundamentais.
A SOP e a fertilidade
Com a alteração do ciclo menstrual e a ausência de ovulação é comum que as portadoras de SOP apresentem infertilidade (até 40%). Cerca de 75% dos casos de anovulação são devidos à SOP. Assim, recomenda-se que o ovário policístico seja tratado antes das tentativas de engravidar.
O médico indicará a melhor opção de tratamento, que busca regularizar o ciclo menstrual ou induzir ovulação em quem deseja engravidar. Em pacientes obesas, busca-se a perda de peso, que, em alguns casos, já pode levar a paciente a ovular naturalmente.
Como engravidar tendo a SOP
A gravidez pode surgir naturalmente com o tratamento da SOP. No entanto, é preciso investigar se o homem também apresenta algum problema que possa comprometer a fertilidade do casal.
O médico deve avaliar qual a melhor opção para cada casal. Entre as técnicas de reprodução assistida mais comumente sugeridas são a relação sexual programada e a fertilização in vitro (FIV).
Na primeira, a ovulação é induzida com hormônios e acompanhada por meio de exames de imagem. Próximo ao dia da ovulação, o casal deve ter relações sexuais mais frequentes para aumentar as chances de gravidez.
Já na fertilização in vitro, além da estimulação ovariana, é feita a coleta dos óvulos produzidos e sua fertilização em laboratório. Uma vez formado o embrião, este é depositado no útero da paciente. As chances de sucesso na FIV são de 60%.
Mulheres com SOP também devem ter atenção especial durante o pré-natal, pois nessas mulheres há uma maior incidência de aborto espontâneo no primeiro trimestre da gestação.
É possível a mulher conciliar o quadro de ovário policístico e gravidez, realizando seu projeto de ter uma família. Gostou deste artigo? Então siga-nos nas redes sociais! Estamos no Facebook, Instagram, Twitter e YouTube.